terça-feira, 12 de julho de 2011

Objetivo

Este blog foi elaborado como forma de avaliação da disciplina de Bioestatítica, ministrada pelo docente Luis Paulo Braga aos discentes de Nutrição da UFRJ, mas além deste caráter avaliativo também é o objetivo deste blog a promoção do conhecimento uma vez que é um meio de fácil acesso a muitos indivíduos.
Abordaremos o tema "alimentos orgânicos" de forma explicativa, tornando a compreensão viável através de textos, imagens, gráficos e tabelas.
O método para elaboração deste blog foi através de consultas a artigos publicados sobre o assunto aqui abordado, cabendo ressaltar os dados estatísticos em relação aos alimentos orgânicos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Autores

Alunos do curso de Nutrição da UFRJ

Ana Paula Stenzel
Bruno Oliveira
Rebecca Maravalhas

O que são?

O alimento orgânico é muito mais que um mero produto sem agrotóxicos. É o resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos, etc.), conservando-os a longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos. Deste modo, para se obter um alimento verdadeiramente orgânico, é necessário administrar conhecimentos de diversas ciências (agronomia, ecologia, sociologia, economia, entre outras) para que o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, possa ofertar ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta como um todo.

Qualidade nutricional dos Alimentos Orgânicos X Alimentos Convencionais

Efeitos sobre os Teores de Nitrato

O aumento rápido do teor de nitrato nas plantas é a consequência mais conhecida do crescente aporte de adubos químicos nitrogenados, utilizados na agricultura convencional, para aumentar rapidamente a produtividade de hortaliças de folhas como a alface, couve, agrião, chicória, etc. Porém, o uso excessivo deste fertilizante associado à irrigação freqüente, faz com que ocorra acúmulo de nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-) nos tecidos de plantas. Outros elementos que contribuem para o acúmulo de nitrato estão relacionados ao ambiente, fatores genéticos e ao manejo utilizado. Sabe-se, por exemplo, que o nitrato acumula mais em baixa luminosidade (dias nublados e curtos, no período de inverno, em locais sombreados e pela manhã). Os fatores genéticos são responsáveis pelas variações entre espécies e cultivares expostas à mesma condição de cultivo. Por último, o sistema de manejo (orgânico, convencional e hidropônico) pode causar alterações nos teores de nitrato na planta.
O nitrato ingerido passa à corrente sanguínea podendo, então, reduzir-se a nitritos. Estes sim, são venenosos, muito mais que os nitratos. Tornam-se mais perigosos quando combinados com aminas, formando as nitrosaminas, substâncias cancerígenas, mutagênicas e teratogênicas. Tal reação pode realizar-se especialmente em meio ácido do suco gástrico, ou seja, no estômago. Desta forma, o monitoramento destas substâncias é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela população.
Os resultados de uma pesquisa recente  comparando o sistema orgânico (uso de compostos orgânicos e estercos de bovino, como fonte de N), convencional (Uso de Uréia, NO3- , NH4+, cama de aviário como fonte de N) e hidropônico (estando o N na forma de NO3- e NH4+, fornecido em solução nutritiva) - mostraram que o teor de nitrato nas folhas de alface variaram entre 250 a 11.600 mg/kg, sendo que as folhas com menor concentração de nitrato foram aquelas cultivadas em sistema de produção orgânico.
A Figura abaixo mostra com detalhes as porcentagens de distribuição das classes, conforme concentração de nitrato nas folhas de alface, segundo os diferentes sistemas de cultivo. Pode-se notar que cerca de metade das amostras de alface cultivada em sistema orgânico apresentou concentração de nitrato menor que 1.000 mg/kg e apenas 25% das amostras apresentaram teor superior a 3.000 mg/kg. Por outro lado, as plantas cultivadas em sistema hidropônico apresentaram um teor de nitrato extremamente elevado, sendo que 70% das amostras tinham entre 6.000 e 12.000 mg/kg e apenas 3% das amostras tinham teor inferior a 3.000 mg/kg. Quanto ao teor de nitrato nas alfaces cultivadas em sistema convencional observou-se um nível intermediário entre cultivo orgânico e hidropônico.

FREQÜÊNCIA DE CONCENTRAÇÃO DE NITRATO (N-NO3 - ) NAS FOLHAS DE ALFACE SEGUNDO DIFERENTES MÉTODOS DE CULTIVO. VALORES EM 103 mg/kg, BASE SECA.



A menor concentração de nitrato nas folhas de alface cultivada organicamente, foi devido ao uso de fertilizantes que contém baixa concentração de nitrogênio (N), tais como: esterco bovino, vermicomposto e a ausência de fertilizantes minerais, o que contribuiu para a menor absorção de nitrato (NO3-) pela planta. Por outro lado, no cultivo de alface em sistema hidropônico, o fertilizante nitrogenado é fornecido nas formas de NO3- e de NH4+. O NO3- dissolvido na água facilita a absorção pela raiz, o que faz com que haja uma absorção de quantidades muito acima da capacidade da planta reduzir NO3- para NH4+, acumulando, assim, o excedente no tecido vegetal. A pesquisa conclui que a ordem do teor de nitrato nas folhas de alface varia na seguinte ordem: orgânico < convencional < hidropônico.
Traduzindo os resultados desta pesquisa para o nosso cotidiano, buscamos saber os níveis de nitrato toleráveis ao corpo humano, estabelecidos pela FAO - Organização das Nações Unidas responsável pela agricultura e alimentação em nível mundial. De acordo com a FAO, o índice de máxima ingestão diária admissível (IDA) de nitrato é de 5 mg/kg de peso vivo e 0,2 mg/kg para o nitrito.
Dessa forma, a ingestão diária admissível para uma pessoa de 70 kg, por exemplo, seria de 350 mg de nitrato. Assim, se considerarmos que quatro cabeças de alface pesam aproximadamente 1,0 kg e têm, em média, 160 folhas, chegamos a conclusão – pelos resultados desta pesquisa – que uma pessoa de 70 kg comendo entre 4 e 9 folhas de alface hidropônica por dia já estará atingindo a dose diária máxima de nitrato permitida. No caso de crianças com peso menor, a quantidade de folhas ingeridas também deve ser proporcionalmente menor. Já no sistema orgânico esta mesma pessoa poderia comer, em média, mais de 50 folhas – ou mais de uma cabeça inteira de alface - para atingir o mesmo nível de nitrato. Sendo assim, o consumo de folhas de alface cultivadas no sistema hidropônico deve ser cautelosa, pois pode trazer algum risco à saúde humana.
Diversos estudos realizados na Europa corroboram os resultados da pesquisa do IAPAR, mostrando que as taxas de nitratos nos legumes orgânicos são largamente inferiores a legumes obtidos por métodos convencionais.Todos os estudos mostraram reduções de nitratos de 69 a 93% para vários legumes cultivados organicamente. Resultados semelhantes foram obtidos em outros países como Áustria, Holanda, Suíça e Alemanha, para cultivos de espinafre, cenoura e alfaces.

Ovos Caipiras são mais Ricos em Vitaminas e Isentos de Resíduos Químicos

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo mostrou que os ovos de galinhas criadas soltas possuem cerca de quatro vezes mais vitamina "A" que os ovos de granja
Além dessa vantagem (determinada pela presença de maiores teores de carotenóides totais e retinol – o ovo de galinha caipira, criada em sistema orgânico, não contém resíduos de antibióticos e de outros produtos químicos, pois não recebem rações comerciais. Já as galinhas de granja, tanto as criadas em galpões como em gaiolas, em sua maioria, são alimentadas com rações comerciais que apresentam antibióticos e produtos químicos.
Quanto ao conteúdo do ovo, a análise realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas, procurou determinar os teores de carotenóides totais e de retinol. Os Carotenóides Totais são as substâncias (pigmentos) que dão a cor avermelhada à gema do ovo. Entre eles, o que existe em maior quantidade na gema é o beta-caroteno, uma pró-vitamina A, isto é, uma substância que se transforma em vitamina A depois de absorvida pelo organismo humano ou animal.
O Retinol é outro nome dado a vitamina A, essencial para regeneração da pele e das mucosas. Na análise o ovo caipira continha três vezes mais retinol que o ovo de granja. Além disso, os carotenóides, também se transformam em vitamina A no organismo humano. Assim, a quantidade final dessa vitamina no ovo caipira, ficou em torno de quatro vezes a existente no ovo de granja.

Qualidades dos alimentos orgânicos

Os alimentos orgânicos são melhores para a nossa saúde? Embora alguns estudos mostrem que o principal motivo dos consumidores na aquisição de alimentos orgânicos seja a questão da saúde pessoal e da família, a falta de estudos epidemiológicos relacionando o consumo de produtos orgânicos com a saúde humana faz com que, cientificamente, está questão ainda seja difícil de ser respondida.
No entanto é importante destacar alguns aspectos quanto a qualidade do alimento orgânico quando comparado ao convencial:

Qualidade agronômica

O modelo convencional de agricultura já mostrou ser insustentável para o meio ambiente, para os agricultores e consumidores. Problemas de erosão, baixa produtividade das terras e culturas, doenças como vaca-louca, febre aftosa e contaminação por dioxina fizeram com que a opinião pública prestasse mais atenção para onde caminha nossa alimentação. 
O selo de qualidade orgânico é um indicativo de que os alimentos foram produzidos e processados de acordo com as normas orgânicas, o que significa um adicional em termos de qualidade agronômica quando comparado ao alimento convencional.

Resíduos agrotóxicos

O selo de qualidade orgânico é um indicativo de que os alimentos foram produzidos e processados de acordo com as normas orgânicas, o que significa um adicional em termos de qualidade agronômica quando comparado ao alimento convencional.
Alguns estudos desenvolvidos nos Estados Unidos evidenciam o quanto de amostras dos produtos analisados dos tipos de alimentos abaixo continham resíduos agrotóxicos:












Fatores que influenciam as atitudes no Comportamento de Compra de Produtos Orgânicos

Foi realizada uma pesquisa com pessoas que consumiam orgânicos, acima de 25 anos e que residiam nas duas maiores cidades do Estado de Alagoas. Partiu-se do pressuposto técnico de que a amostragem é de natureza aleatória. A metodologia utilizada para a geração da amostra é conhecida como Amostragem Probabilística Aleatória Simples.Para uma avaliação pertinente do consumo, foi desenhado um plano amostral com intervalo de confiança de 95% e margem de erro máxima de 4,38%, considerando a maior variância em variáveis categóricas, ou seja, o pior cenário em termos de variância.
Os entrevistados responderam a questões agrupadas em dois blocos: (a) o primeiro bloco, referiu-se ao perfil dos respondentes; (b) o segundo bloco, referiu-se ao grau de  conhecimento dos respondentes quanto a questão dos produtos orgânicos, locais de compra, tipos de produtos preferidos, conhecimento da agricultura orgânica e qual a influência que o respondente atribuía a cada um dos aspectos apresentados para a sua decisão de consumir produtos orgânicos.A significância estatística da associação observada foi avaliada pela estatística Qui-quadrado, que ajudou a determinar se existia associação sistematizada entre duas variáveis especificadas.Para melhor atender os resultados da pesquisa foram formuladas hipóteses a fim de testar a relação entre as variáveis. Neste sentido foram formuladas as seguintes hipóteses em relação às variáveis da pesquisa:
H1: Fatores relacionados com a aparência e certificação dos produtos são exigências dos consumidores mais esclarecidos com um grau de escolaridade elevado.
H2: Atributos ligados à qualidade de vida e o apelo ambiental refletem o consumo de
pessoas mais jovens.
H3: Consumidores de poder aquisitivo mais elevado tendem a consumir produtos
orgânicos influenciados pela condição do alimento (saudável e fresco).

A amostra pesquisada foi composta por um total de 500 respondentes, sendo que destes 295 (59%) eram do sexo feminino e 250 (50%) possuíam curso superior incompleto.



Tabela 01: Motivação para o Consumo de Produtos Orgânicos
Variáveis                                         Média                            Desvio Padrão 
Alimentos Saudáveis                          3,91                                 0,437 
Alimentos Frescos                             3,57                                    0,807 
Alimentos Saborosos                              3,52                               2,101 
Receita Médica                                      2,68                                3,584 
Hábito Alimentar                                    3,26                              1,029 
Prevenção de Doenças                            3,71                                0,766 
Divulgação do Sebrae                              2,49                              1,374 
Influências Família/Amigos                       2,75                             1,191 
Isento de Agrotóxicos                              3,84                               0,563 
Livres de hormônios                               3,78                                0,864 
Vantagens Nutricionais                            3,88                                0,496 
Certificação                                          3,13                                 1,307 
Aparência do Produto                             3,00                                 1,204 
Apelo Ecológico                                     3,24                                  1,114 
Diversidade                                           2,97                                 1,348



Para o grau de motivação considera-se: 1 = nenhuma motivação; 2 = baixa motivação; 3 = 
motivação regular; 4 = Alta motivação. 


Dentre os produtos citados na pesquisa, as hortaliças/legumes e as frutas obtiveram maior freqüência na opinião dos respondentes. O cruzamento destes produtos segundo a freqüência de consumo, revelou que mais de 70,0% dos pesquisados consomem estes alimentos diariamente (χ² = 223,716; p < 0,01). Observa-se que os demais produtos que apresentam baixo consumo devem ter motivos associados à divulgação de sua existência, bem como locais de distribuição.  




Tabela 02: Categorias de Produtos Orgânicos mais consumido
Variáveis                                            Média                               Desvio Padrão 
Hortaliças/ Legumes                             3,63                                      0,651 
Frutas                                                 3,50                                      0,750 
Carnes                                                2,03                                      1,216 
Raízes e grãos                                     2,73                                      1,188 
Bebidas (licor, sucos, café, etc.)          1,82                                       1,080 
Bolos, doces, cereais, condimentos.     1,80                                       1,063 
Massas                                                1,75                                       1,080 
Laticínios (iogurtes, leite e queijos)      2,19                                      1,149 
Frango                                                2,11                                      1,222 
Nota: Categorias de consumo: 1 = Nunca Consumiu; 2 = Consome ocasionalmente; 3 = Consome; 4 = Muito Consumido.



O setor supermercadista é considerado como um importante canal de distribuição de hortaliças, sendo responsável por cerca de  50% das hortaliças consumidas no Brasil. De acordo com os consumidores, os locais com maior significância na propensão de compra de produtos orgânicos foram os supermercados. Dentre os consumidores que compram em supermercados 80,8% tem uma renda familiar a partir de 5 salários mínimos (χ² = 29,104; p < 0,01). Isso significa que pessoas de rendas mais elevadas preferem comprar alimentos orgânicos em supermercados. Nota-se maior preferência pelas compras em feiras livres e nos sacolões,  nas menores faixas de renda. Outras modalidades referem-se às compras diretas junto a produtores ou abastecimentos em hortas de produção própria, exploradas pelos entrevistados em suas residências ou em sítios e fazendas. 


Tabela 03: Freqüência nos locais de compra
Variáveis                                                  Média                          Desvio Padrão 
Mercadinhos                                              1,94                               1,120 
Supermercados                                          2,52                                1,204 
Feiras de bairros                                        2,46                                1,702 
Diretamente dos Produtores                       1,74                                1,249 
Mercados                                                  1,61                                1,085 
Feira Agroecológica                                   2,51                                1,344 
Sacolão                                                    1,74                                1,107 
Nota: Freqüência de compra: 1 = Nenhuma freqüência; 2 = Baixa freqüência; 3 = Freqüente; 4 = Muita freqüência. 



De acordo com as preferências dos respondentes com relação ao local de compra de produtos orgânicos. A grande maioria, 56,52%, prefere comprar o produto em locais que apresentam boas condições de qualidade. A análise das preferências pelo local de compra torna-se interessante quando relacionada com a escolaridade dos pesquisados (χ² = 30,803; p < 0,01), verificando-se um significativo aumento da preferência, quanto às condições de higiene, em níveis mais elevados de escolaridade: Superior Completo (33,3%) e Pós-Graduação (18,0%). Pode-se afirmar que a opção por qualidade é fundamental no  processo de decisão de compra. 


Tabela 04 – Frases que expressam a preferência dos consumidores de produtos orgânicos, 
referente à escolha do local de compra.
Descrição                                                                                                           % 
Prefere comprar em locais com boas condições de qualidade                              56,52 
Que esteja próximo a sua casa                                                                         19,13 
Não se importa, pois gosta de pesquisar preços                                                  8,70 
Prefere o produto diretamente do produtor, mais fresco                                     7,83 
Gostaria de receber o produto através de delivery                                              7,83 
TOTAL                                                                                                            100,0% 

A grande maioria afirmou que em sua residência moram  de 3 a 4 pessoas (56,19%), e que estes são consumidores de produtos orgânicos. Verifica-se, ainda, que 67,69% dos entrevistados moram em residências com cerca de 3 a 8 pessoas, este fato leva acreditar que pode existir uma maior demanda para os alimentos orgânicos. Uma grande parte dos entrevistados considera o preço dos produtos orgânicos compatível (63,04%), surgindo ainda uma significativa participação daqueles que consideram o preço do produto caro (20,87%). Essas informações se tornam relevantes quando cruzadas com a freqüência de consumo. Dos consumidores que julgam o preço compatível, 46,2% consomem alimentos orgânicos diariamente. Já aqueles que consideram o preço caro, 41,7% consomem este tipo de produto semanalmente (χ² = 39,797; p < 0,05).



Para entendermos como o padrão de consumo é influenciado pelo perfil demográfico dos respondentes, realizou-se testes de hipóteses para melhor explicar tendências de classificação dos pesquisados segundo o consumo  de alimentos orgânicos. O grupo pertencente ao primeiro fator, aparência e  certificação, destaca-se com uma significativa participação de consumidores com escolaridade elevada, ensino médio completo até superior completo (χ² = 44,115; p<0,00). O segundo fator, saúde e apelo ambiental, contemplam uma parcela de consumidores jovens preocupados com o meio ambiente e a  própria saúde (χ² = 33,586; p<0,00). O terceiro componente, condição do alimento, encontram-se os consumidores com renda acima de 05 salários mínimos (χ² = 69,209; p<0,00). 





Perfil dos consumidores na cidade de São Paulo



Estudos feitos na cidade de São Paulo evidenciam algumas características dos consumidores. A pesquisa foi realizada com 121 pessoas nas feiras destinadas à venda de produtos orgânicos.
Dentre as variáveis analisadas estão: frequência de consumo, fator motivador para o consumo, forma de como tomou conhecimento dos produtos orgânicos.


Frequência de consumo



Como tomaram conhecimento sobre os produtos



Fator motivador para o consumo


Tempo de consumo
Fica evidente que o consumidor de produtos orgânicos é muito fiel na sua adesão ao produto orgânico, apesar de ser um consumidor recente, cuja reorientação no consumo iniciou-se num período inferior a sete anos. Em sua maioria, esse contingente de consumidores conheceu o produto orgânico através de amigos e, em menor parcela, quando realizava suas caminhadas ou passeios pelo parque em que se realiza a feira. Pode-se inferir que o aumento na divulgação da agricultura orgânica poderá aumentar o número de consumo.
O principal motivo de sua opção desses consumidores de produtos orgânicos é a qualidade dos mesmos no que se refere à saúde.  
Finalmente, chama atenção o fato de que a preocupação desses consumidores limita-se quase que tão somente ao seu interesse com  a sua saúde e a de sua família, não demonstrando preocupação maior com a dimensão ambiental da agricultura orgânica. Além disso, a pesquisa revelou que esse consumidor, diferentemente de que se poderia esperar, desconhece não só os fundamentos da agricultura orgânica, sua preocupação com a sustentabilidade ecológica e ambiental, mas também é desinformado quanto aos aspectos gerais desse tipo de agricultura.